Transexuais são contratadas para trabalhar no Carnaval do Rio
A Prefeitura do Rio de Janeiro prova que o Carnaval é mesmo da diversidade contratando oito transgêneros, cinco mulheres e três homens, para serem as responsáveis por receber e orientar os turistas na Sapucaí durante os desfiles das Escolas de Samba. No colete que irão usar está escrito: ‘May I help you? (posso ajudar?).
Uma das que vão estar na avenida é Luana Brasil, de 37 anos. Técnica de enfermagem e voluntária em um posto de saúde, ela já está se planejando para arrasar no Sambódromo: fará uma mecha colorida no cabelo e caprichará na maquiagem. Será o segundo carnaval que ela passará no local.
As transexuais foram contratadas pela prefeitura para trabalhar por seis dias, a partir de sexta-feira. A carga horária será de oito horas por dia, e elas receberão R$ 180 de diária, mais R$ 20 de auxílio alimentação. Luana afirma que, para este Carnaval, espera “muita luz, muito glamour, muita purpurina e muita aceitação”. Já Stella Manzoni, de 24 anos, enxerga além da folia, uma oportunidade para ser inseririda no mercado de trabalho:
“Espero que esse Carnaval abra muitas portas de emprego para mim e para as outras meninas. Que o Sambódromo esteja cheio de empresários e que eles percebam que somos boas profissionais e nos contratem”.
A dificuldade de arrumar emprego é um tema recorrente entre os transexuais que conseguiram a vaga temporária no Carnaval.
“O mercado não está preparado para receber a comunidade “trans”. Moro em Santa Cruz, na Zona Oeste, e as raras oportunidades de emprego que aparecem são distantes da minha casa. Nos shoppings da Barra da Tijuca, por exemplo, você deixa currículos nas lojas e ninguém te liga.”, conta Stella.
Luisa Alves, de 47, que há 22 se assumiu como transexual, também foi contratada pela Prefeitura, e conta que já teve que se “fantasiar” de menino para não ser discriminada em entrevista de emprego.
“A gente fica insegura na hora de se vestir — desabafa ela, que, há três meses, trabalha como recepcionista no Teatro Sergio Porto, no Humaitá. — Lá sou muito bem tratada. Os atores me elogiam e me respeitam”.
Fotos: Reprodução Siga o insta: @vipado
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